segunda-feira, 25 de abril de 2016

já três da manhã

teu seio
teu cheiro
teu cheio no meu vazio
esperneio
peço a volta
da antiga ditadura que cura e amarra minhas mãos
ata-me
a escrever cartas dilaceradas de paixão, paixãos, paixões;
jogo-me em outros colchões
desesperada
aglutino o pouco que sobra de raciocínio para montar uma fala
me cala
quando a memória falha
e transforma o ontem no hoje.

"E se" [...]
a esfera da impossibilidade
agarrada a minha ansiedade
da minha impassibilidade
em não te esconder o que via dentro de mim
- é difícil enxergar assim
tão nítido
querida, não precisava que fosse assim, tudo tão ríspido - nem parece eu e você
era assim que era pra ser?


teu desespero
em não estar
onde eu queria exatamente ficar
me dói mais que respirar.