"ter o
fim bem no meio // Nenhuma rima em "or" //Um começo que não veio
[...]"
Tristeza não, Metá Metá
Tristeza não, Metá Metá
De todas as peripécias que a vida
poderia me propiciar, e peças que poderiam me ser pregadas, julgo-a por ter
levado o que levava meu destino que tanto não ia, e tanto que foi, até você.
Agarrei-me ao não na primeira noite, e jurei pra mim que assim seria. Não foi,
não era pra ser. Por sua culpa, e dessa vez não vou eximir-lhe. Infortúnio do
destino, me pegou de surpresa e se aproveitou do meu desatino em desacreditar
que poderia fugir da sorte no azar. Desatenta. Deixei escapar que estava
gostando de gostar de tal euforia que em mim se instalava - não pude negar, e
quem é que pode? Fica tão na minha cara de babaca que sonha acordada e flutua
sobre o caminho que faz entre a cama e o banheiro, entre o ralo e o cinzeiro,
entre a fumaça e teu cheiro. Que cheiro? Nem sei. Não era teu. Fui por ti
assegurada de que poderia deixar escapar coisas que gostariam de escapar, perguntas que queriam muito enormes e urgentes dúvidas sanar, que estava permitido não
escapar de ti, que não deveria meter-me no plano do arrependimento sob o leite
que estava no copo, pois o leite deve ser sempre jogado ao chão. Pisoteado, e
espalhado por todo o quarto deixando pegadas brancas da noite branda que tive
ao seu lado. Olha, não sinta-se especial, não teve nada de anormal, mas não
devo negar que eu gostaria de saber onde mais tudo poderia dar. Seria uma
mentira deslavada. Não sofro, é um sentimento novo, de quem fora interrompida
num gozo, numa corrida, numa terapia, numa floricultura. Não sei dizer bem ao
certo, mas talvez seja apenas uma curiosidade do que é sentir saudade de você.
Talvez não seja nada, talvez seja exatamente o que deveria ser.
Ponho a ti nesta folha virtual,
em letras tamanho 11 para que possa-me despedir como não pude, pois os tchaus
são dramáticos demais até para mim. Até para mim.
Fiz de ti um poema, uma pena.
Poderia ter sido uma história. - Você talvez seja o tipo que eu prefiro, que é o tipo que sempre prefere as estórias. E quem sou eu pra opinar? - Mas nossas luas que antes despiram-se devem
então despedir-se sem nem pestanejar - Deus queira que eu consiga - pra nunca
mais voltar. - Deus podia querer também, que elas pudessem querer de novo se
encontrar, talvez num outro tempo, talvez num outro lugar.
Mas eu não quero mais dar sorte
pro azar. Deixo então a ele decidir, pois já cantava o partido mais alto "Deus
dará, Deus dará".
Por hora, esqueço o caminho que
por breves minutos caminhei ao teu lado, guardo o beijo impedindo-me de por a
isto tudo mais sentimentalismo - não posso evitar, eu gostaria de por isso me
desculpar. Na verdade, sempre parece ter mais do que carrega, mas essa culpa,
dessa vez é minha, em partes, desculpe também te enganar. Mas agradeço-te por
mostrar-me que não há sofrimento aqui.
Sorte a sua não ter que aguentar a minha rima pobre e falta de classe ao falar aquilo que não me cabe calar.
Sorte a sua não ter que aguentar a minha rima pobre e falta de classe ao falar aquilo que não me cabe calar.
Por hora, esqueço o caminho que por breves minutos caminhei ao teu lado, guardo o beijo impedindo-me de por a isto tudo mais sentimentalismo - não posso evitar, eu gostaria de por isso me desculpar. Na verdade, sempre parece ter mais do que carrega, mas essa culpa, dessa vez é minha, em partes, desculpe também te enganar."
ResponderExcluirvocê curtiu essa parte? rs
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